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“LIFTING” DE VIDA” e “Vai ser difícil ou muito difícil?” Bug Sociedade

  • Foto do escritor: portalbuglatino
    portalbuglatino
  • 13 de mai.
  • 7 min de leitura

Christina Motta
Christina Motta

“LIFTING” DE VIDA” Bug Sociedade

         A velocidade de transformação das informações não deveria expulsar as pessoas do convívio mútuo. O mundo não pode simplesmente aceitar uma nova cultura de individualismos, como se as nossas conquistas, o nosso melhor pensar, não tivesse acontecido sempre em grupo. Ouvi agora mesmo um comentário que uma Universidade do Brasil achou que seria uma boa ideia abrir mão da construção de bibliotecas, “dado que os alunos não gostam mesmo de ler”. Que espécie de estereotipia é essa? Então no lugar onde se produz conhecimento de ponta, aprender com os livros, lendo neles – é dispensável, ora veja!

         Isso cria uma nova categoria de estudantes – os aceitados como ignorantes – e respaldados pela sociedade. Numa semana onde a Europa convida todos os cientistas norte-americanos – os insatisfeitos com a política para as Universidades e Centros de Pesquisa – a se mudarem para o velho continente, temos que olhar para gestos atípicos – talvez patológicos – de falta de empatia social e seguir em frente.

         Ocorre que eu não aceito mais seguir em frente. Num dado momento, temos que olhar para o nosso dentro mais interno e dizer não. Nós somos cordiais. Sempre fomos. Isso torna inaceitável vermos teasers no YouTube onde um cara diz que a revolução cultural criou homens confusos. Câmbio, humanos: quem disse que os homens eram coerentes errou feio. Falam de família, moral e bons costumes, querem impedir as mulheres trans de simplesmente usarem o banheiro feminino pra em seguida, na esquina, “puxarem o armamento pesado pra fora” e fazerem xixi em qualquer lugar da rua. Aqui em Salvador, a cidade é um banheiro público. Isso é coerente para qual pessoa nascida e criada no planeta Terra? Nem vou falar de que eles também fazem questão de casar, usar aliança, bradar em alto e bom som que os homens são amigos fieis entre si, sem nunca pensarem que a porta da traição é só uma. Quem trai, trai. Todos falando da moral e bons costumes, numa orgia de trocas: políticos do partido tal, mudam de partido, de ideologia, de discurso, dizem, desdizem, gritam, pregam, despregam, ofendem, cometem crimes, são implacáveis – e claro – traem suas mulheres. Quando a lei se aproxima, tentam que nada disso seja aplicável – choram, mentem, até votam em favor de si mesmos. Não se pensa no povo, na nossa realidade, na nossa necessidade. Enquanto eles andam de motorista particular, brasileiro aprende desde cedo a rezar, a se benzer na saída de casa, a ver se na rua as coisas vão bem, se tem guerra, facção, traficante, tiroteio. Eles se elegem para habitarem o “paraíso rico chamado Brasil”. Mentem. Inventam histórias obtusas.

Tem a história real e tem a história no paralelo. Tem o Brasil real e tem o Brasil paralelo. Versões criadas para “enrolar os enroláveis” e capturar crianças com uma história estereotipada, contada e recontada para confundir as mentes que não leem o suficiente para discernirem entre histórias e fábulas – eu me recuso a estragar mais a palavra “narrativa”, me desculpem.

O fato é que a vida em si mesma não tem lógica nenhuma. Nascemos carecas e banguelas, conhecemos o apogeu da energia e depois começamos a perder todas as nossas conquistas até a morte, que nos pega velhos, carecas e banguelas - a morte como o atestado da perda total de energia. Tudo o que conquistamos ocorre nesse tempo de plena energia e o que fazemos das nossas conquistas pode ir para qualquer direção. Se todos têm que escolher como gastar esse tempo de energia, termino o Bug Sociedade tendo que falar em generosidade como melhor opção de dar algum sentido à vida. A natureza nem liga se temos foguetes ou se andamos a pé. Atualmente quem anda a pé, inclusive, corre o risco de ser bem mais saudável. Quem não tem tablet e celular, corre o risco de falar mais e, portanto, dominar melhor essa incrível necessidade que temos de transformar emoções e pensamentos em palavras o tempo inteiro. O que o dinheiro não precisa comprar virou luxo. O que o mercado fará, diante do fato indiscutível de que os pais trocaram falar com os filhos pelo feed das redes sociais? Pelo fato de que as crianças não leem e, portanto, não dão pela falta dos livros? Que as Universidades passaram a economizar no investimento às bibliotecas e o pior – parece que os pais estão tão entretidos que talvez nem percebam?

Oxford escolheu a palavra do ano como uma praga de madrinha: Brain rot – cérebro podre.

Uma sociedade que comemora bebês reborn e invisibiliza crianças verdadeiras, de carne e osso. Bebê, obstetra, pracinha, papinha, lacinho, mamãe, certidão de nascimento, atestado de vacina – tudo falso. Tudo de mentira. Preenchimento, Botox, lifting, juventude eterna, peruca, implante capilar, lipo, reestruturação facial – a busca frenética pelo Peter Pan. Como se a velhice, a decrepitude não nos pegasse a todos. Poluição, lixo, falta de saneamento, pobreza extrema, a negação de uma partilha coerente do dinheiro do mundo – quando tudo acaba, todos morreremos como nascemos: a energia simplesmente acaba e a vida se esvai. Nenhuma casa. Nenhum carrão. Nesse ilógico sistema, quem amealha muitos bilhões, trilhões, vai morrer, tanto quantos os mendigos da rua. Quem roubou, tanto quanto quem foi roubado.

O que estamos procurando, senão explicar a nós mesmos, sem a culpa do que não foi feito pelo grupo humano? O todo, o coletivo? Sem bilhão, sem nave, sem foguete, sem ilha – apenas você e o que faz para o grupo humano.

Pense nisso.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Vai ser difícil ou muito difícil?” Bug Sociedade

Algumas coisas que estou a aprender agora, a caminho dos 59 anos, me deixam contente. Contente por estar a conseguir aprendê-las. Pensava que nunca iria ser capaz. Outras pensava que nem eram coisas para aprender. Também tenho alguma pena de não ter sido capaz de as ter aprendido mais cedo. Mas eu não via nada. Nada. Era cheia de certezas. Estudei, aprendi, tive sucesso. Pronto. Fácil. Dinheiro faz mais dinheiro, sucesso faz mais sucesso, poder faz mais poder. Mas acontece que estamos na vida por outras razões. Mais tarde ou mais cedo, seremos colocados à prova, ficaremos sem algo que achamos certo, seremos atingidos por profundas injustiças, teremos de aprender a enfrentar e superar as derrotas, enfrentar as vergonhas, mastigar nossas culpas, aceitar as exclusões que vamos sofrer e seguir. Tudo isto é demasiado para apenas uma vida. Tudo isto é muito difícil, demanda tempo, entrega, esforço, energia. Para quê ainda complicar mais tudo o que já é tão difícil?

Assisto à campanha eleitoral em Portugal e me assusta perceber que aquele André Ventura, do partido Chega, que não tem nada que preste, nos mostra quantas pessoas em Portugal acreditam e seguem quem não presta. São muitas, são demasiadas. André Ventura fala mal de todas as minorias mas depois diz que não fala mal. Uma “narrativa” bem conhecida aqui no Brasil, com Jair Bolsonaro, seus filhos e todos os seguidores. Uma “narrativa” bem conhecida nos Estados Unidos, com Donald Trump. E tem mais.

O que antes era comunicação social, virou talvez um espaço das redes sociais onde pode circular qualquer coisa. Desde que dê visualizações parece valer. Sem limites, lemos opiniões, desenvolvimentos e resoluções sobre assuntos. Mas eu não falo das redes sociais de um qualquer comum ser humano. Falo das redes sociais de jornais, de televisões, de empresas de comunicação social. É assustador o que vemos hoje em dia. Por exemplo, hoje circulam notícias de que Carlo Ancelloti, treinador do Real Madrid, já assinou como treinador da seleção brasileira de Futebol – já assinou contrato da CBF. Jornais como OGlobo, UOL, GE, CNN Brasil, e outros menos famosos. Interessante estar a circular esta notícia no Brasil – imagino as visualizações, o ibope – mas nem o próprio treinador, nem o Real Madrid falaram nada. Pode até ser verdade, mas há quanto tempo esta notícia vai e vem? Há quantos meses e até anos? Este é um pequeno exemplo de muitos.

Agora para mim já é frequente e normalíssimo denunciar vídeos feitos por inteligência artificial, colocando pessoas que pensam “A”, a falar “B”. Por exemplo, Ruben Amorim, treinador do Manchester United, que sempre fala com respeito dos seus jogadores, apesar dos momentos horrorosos por que passa. Existem vídeos a circular na internet – no Youtube – em que a IA coloca “ele” a “falar” coisas horrorosas dos seus jogadores, e parece mesmo que é ele. Quem não acompanha estes assuntos, terá facilidade em acreditar e em passar essa mensagem errada, e ainda em visualizar e disseminar o vídeo. Coisas simples assim que podem danificar muito. Pessoas que se divertem a fazer estas maldades. Pessoas que ganham muito dinheiro fazendo estas patetices.

Ou estamos atentos, acompanhamos os assuntos, estamos informados por várias “vias”, e dessa forma percebemos quais as notícias que não são notícias e seguimos a vida, ou corremos o risco – Deus me livre e guarde – de acreditar em “Ventura’s”, “Bolsonaro’s”, “Trump’s”, da vida e virar um pedaço de nada, “viajar na maionese”, fazer figuras tristes e viver como um vegetal. O caminho das pedras vai ser um pouco pior, julgo. Porque quando “bater” a verdade e a figura de ridículo, vai doer.

Não sabemos como será o caminho, não sabemos como vamos morrer, de que vamos viver, do que somos capazes, do que vai ser preciso enfrentar. Não existem receitas, nem certezas, nem facilidades. Mas não precisamos piorar. Não entendo qual é o interesse de complicar ainda mais o caminho difícil que viemos fazer no planeta Terra.

Xavier Guix, psicólogo e escritor aponta os 3 grandes temores da consciência moral: a vergonha, a culpa e a rejeição. A conta para todos será grande, que Deus tenha piedade dos que a resolvem aumentar.

Ana Santos, professora, jornalista


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