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“Copa América” Bug Sociedade


Que bonito éééé... lembram dessa música? Pois é, bem antiguinha. E, na verdade, não tem mais nada de bonito em copa nenhuma. Essa Copa América então? Lixo.


Claro que no BBB da CPI, o molenga do Ministro da Saúde foi perguntado diretamente: O Brasil, da maneira como estamos cheios de doentes, de moribundos, vai acolher esses jogadores como? Como vai lhes dar segurança, se adoecerem? E o essencial: Como vai garantir que os atletas não venham doentes de seus Países?


O que ele respondeu?


“Os jogadores vão usar o sistema privado se for o caso de atendimento, mas vamos obedecer todos os protocolos, o Brasil tem vários campeonatos, vamos obedecer os mesmos protocolos, os Países vão testar antes dos atletas saírem, vamos cumprir todos os protocolos , todos os protocolos, protocolos, protocolos e protocolos”.


Qual o resultado?


13 atletas da Venezuela chegaram infectados ou foram infectados com a praga que já estava aqui. Bem... vale lembrar que cada time tem 11 atletas... Ou seja: Veio meio time em outro avião. Sem teste, sem protocolo.


A CBF, com seus “tarados-sarados-machistas-sexistas” vai logo dar uma das suas milhões de desculpas esfarrapadas, o presidente do País abriu a porta pra entrarem vírus gringos porque afinal “só morreu meio milhão”, o ministro disse que o risco de contrair COVID é o mesmo com ou sem jogo e a CONMEBOL não deu satisfação. Disse que isolou as pessoas. Só isso. Estão isoladas.


Resumindo: Os jogadores do Brasil vão jogar, gritar, suar e se esfregar num time que teve 13 pessoas isoladas, enquanto aqui, no nosso território, meio milhão de pessoas já morreram e não tem vacina pra todo mundo.


Alguém pode pensar em um motivo razoável pra que a Copa América ocorra aqui, agora?


Como o bom senso me diz que não, vou prestigiar a mim mesma, não vendo um único jogo, nem um minuto. E trocando de canal, se alguém comentar sobre o assunto. Vou bani-lo, expulsá-lo. Quero que todos os patrocinadores pensem bem, antes de investirem numa falta de senso, venha ela de onde vier – inclusive do Brasil. A começar do Brasil. Se os dirigentes estão todos vendidos ou são compráveis, problema deles.


Eu não vou ver e convido a todos a me acompanharem.


E viva o time feminino que teve coragem de se posicionar contra o assédio - já que os homens amarelaram pra se colocarem contra Copa América. O pênis é feminino, afinal.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


Custa um pouco ver que “se” desconfinam os esportes, e bem, mas não se desconfinam atividades de muito menor risco e igualmente importantes para o equilíbrio mental da sociedade como as atividades culturais. Vai se percebendo que as decisões não são baseadas na opinião de especialistas das diferentes áreas de saúde, esporte, sociedade, educação, psicologia, sociedade. Que as decisões são baseadas em questões políticas, econômicas, empresariais. A partir daí fica muito pouco para dizer e muito para lamentar.


Para quem sabe um pouco, nem precisa saber muito, sobre as dinâmicas de um esporte – Futebol, por exemplo – sabe que não se pode olhar só para o que acontece no jogo para considerar um esporte perigoso ou não na contaminação do vírus.


E, apesar disso, o momento do Gol que foi decidido que seria com festejos com distância, nos últimos tempos, do nada, voltou ao “normal”. As brigas por espaço nos cantos, nas faltas na área. A proximidade nos vestiários/balneários, as brigas “tão tristemente normais” aproximando o seu nariz do nariz do adversário. E tudo o que não vemos e nem queremos imaginar.


Times de 22 jogadores, diretores, equipes médicas, treinadores, não têm problema, mas um ator ou dois em cena, numa peça, tem. Eu pergunto também onde está o perigo superior de estar sentado a ver um filme, numa sala ocupada em metade das cadeiras, com todas as pessoas de máscara, sem falar? Eu penso nas horas que fico nas salas de espera pequenas, cheias de gente, esperando o médico; nos aviões cheios e não sei se quero entender.


Penso que todos sabem o que é uma quarentena se um dos nossos familiares ou amigos ficar com Covid19, se vivemos, contatamos ou convivemos com ele. E bem. Um jogador de uma seleção de futebol fica com Covid19 e apenas ele é afastado. Aconteceu no Campeonato da Europa. 12 jogadores de uma seleção dão positivo para Covid19 e o “campeonato” e jogo acontece. Chamam-se mais 15 e isso resolve-se.


Um país com os hospitais quase lotados não é mais uma preocupação e isso me preocupa muito. Comuns mortais como eu, se ficarmos com covid19 e precisarmos de UTI e de intubação ao mesmo tempo que um jogador de uma seleção da Copa América, rezemos para não existir só um leito.

Quem aprendeu a forma pura de dar valor ao esporte, fica pensando para onde este caminho está nos levando e levando nossos ideais.


Depois devemos pensar na força moral, humana e muitas vezes política que o esporte teve no mundo. Que teve. Porque não continua a ter? Onde a magia quebrou?


A vontade de comprar mais um Ferrari, um hotel, um terreno, um rubi, passou a superar os valores morais. E isso é duro de ver. Duro porque sabemos, os mais velhos, onde isso leva. E poderíamos sofrer muito, mas ter de aceitar se isso passou a ser assim no mundo. Mas não é o que acontece. Em alguns lugares, alguns países, isso não é assim. Talvez por isso, seus esportes sejam referência mundial. Talvez por isso valha a pena assistir seus esportes. E sempre que existirem as competições esportivas, que você não concorda com as decisões, talvez seja preferível escolher outras “coisas” para assistir na TV. Ou para fazer na sua vida. Quem sabe pela audiência o sistema perceba o que se fez de errado e o que não deu certo.

Ana Santos, professora, jornalista

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