“CONSERVADOR? IMPOSSÍVEL...” e “Bizarra Atualidade“ Bug Sociedade
- portalbuglatino
- 7 de out.
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“CONSERVADOR? IMPOSSÍVEL...” Bug Sociedade
Existe essa discussão sobre ser-se conservador ou progressista, mas – partindo do início – se o conservador quer conservar, o que, que mundo, ele sugere que seja conservado?
Tira logo a internet porque os conservadores são as pessoas mais simples que existem de enganar, via a manipulação do fato, através da pós verdade; e afinal, internet gera muito pecado. Tira divórcio. Tira experiência sexual pré-casamento e volta a virgindade. Não sei bem de onde saiu a ideia profana de que ditaduras precisam ser conservadas... a democracia é antiquiquíssima e também a filosofia de Sócrates, Aristóteles e Platão. Ditadura militar tem que ser posterior - pelo menos, tirando a figura do rei e a substituindo pela figura de um presidente ou primeiro ministro. Ou será que o povo é tão conservador que quer império? Brasil-Colônia?
É muito estranho autodenominar-se conservador à esta altura do campeonato. Só pode ser coisa de machista. Claro – os machistas deputados vão dizer, bater no peito que a gente tem que ser estuprada e ficar com o filho do estuprador – sob o perigo de sair do lugar da vítima e entrar no de criminosa, por abortar. Aliás, com relação ao aborto, há uma observação importantíssima: O Estado, o Governo, a Federação, não pode abandonar nenhum brasileiro – seja pobre ou rico. Não fui eu quem inventou isso – está escrito na Constituição Cidadã. Então, seja pobre, rico, cristão, ateu, budista, do candomblé, de qualquer raça, gênero, cultura, idade ou etnia, todos precisam ter os mesmos direitos. Não é por causa de Deus que temos direitos civis. Os temos porque houve uma Constituinte, que fez uma Carta Magna – a nossa – com todos os nossos direitos, leis que nos regem e ao nosso território. Sendo assim, se uma mulher, desesperada, aborta e passa mal, ela precisa de socorro igualzinho às outras. Se ela, em sua dor, decidir abortar, deve ter uma rede hospitalar que possa ser procurada para fazê-lo. Porque nem o Governo, nem os deputados e senadores podem julgar uma mulher que por algum motivo não pode ter aquele filho, naquele momento, por qualquer motivo. Ser contra ou a favor é uma questão de opinião e de decisão – cada um tem a sua. Mas os poderes constituídos não estão lá para opinarem – ao contrário, estão lá para colocarem todas as pessoas que vivem no Brasil sob o guarda-chuva da Constituição. Ser conservador é ter 10 filhos, 15 filhos, abortar espontaneamente, parir em casa, com a parteira. Quem quer abrir mão de cuidados médicos de ponta para conservar a medicina como era? O mesmo agora com essa implicância com vacinação. Por que implicância com vacina e não com tratamento cardíaco de ponta? Cateterismo? Cirurgia não invasiva? Lifting? Whey Protein? Silicone? É apenas um tipo de conservadorismo de aparência, que vai ao dentista e gasta centenas de milhares de reais pra colocar uma prótese branca como o marfim do dente do elefante – sabendo que a gente não é elefante e, portanto, nossos dentes não são dessa cor. “Dentes, perucas, implantes progressistas” ... o resto é conservador... a “proibição maliciosa” sobre gênero é conservadora, mas o olhar masculino e picante do carnaval sobre todas as carnes femininas, em detrimento da esposa religiosa, em casa é... O senhor deputado machista e conservador, escondido no show da Madona é?
Conservador, portanto... é uma coisa bem mais ou menos... Entre pastores falando palavrão com a boca mais suja do mundo e tratando a todos com impropérios, onde estão os conservadores? Esses que são “afiados” em proibir o gênero feminino de existir... até de fazer xixi no shopping...
Tsc tsc tsc...
Tanta coragem tinham, tão grosseiros e indelicados eram, que quando o chefe bateu na mesa e foi pra rua dizer “chega” – na nossa manifestação contra a anistia e PEC da bandidagem – voltaram correndo e votaram por unanimidade a favor da nossa vontade. Nós, os chefes – como está escrito e descrito na Constituição.
Então, me respondam: Conservador, como, cara pálida?
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro, Tv
“Bizarra Atualidade“ Bug Sociedade
Ser o artista convidado para fazer o show da final do Super Bowl, é o desejo de qualquer artista famoso. A próxima edição, em fevereiro de 2026, será de Bad Bunny, um artista porto riquenho de 31 anos, super famoso. “É uma vitória para os latinos”, palavras de Bad Bunny. Legal ver isso!
Os Estados Unidos da América (USA) estão num momento complicadíssimo e é sempre muito bom quando acontecem coisas boas. Essa é uma. Outra é a maior aproximação pública entre os humoristas e apresentadores de Talk Shows, como Jimmy Kimmel, Jon Stewart, Stephen Colbert e Jimmy Fallon.
As mulheres de altos cargos na Justiça que também enfrentam “a tirania trumpiana” é outra coisa boa.
Estas pequenas coisas, detalhes, pequenas coragens são muito importantes para todos no mundo, mesmo para os que não concordam. Nem todos têm a coragem, nem todos estão num momento ou posição em que isso tem peso e nem todos conseguem fazer coisas pelo bem dos outros. E precisamos dar valor aos que conseguem.
A Flotilha com todas aquelas pessoas corajosas: ativistas, da política, do espetáculo, que nos representaram, foi sensacional. Foi tão importante, mas tão importante, mesmo com comentários infelizes de políticos e de personalidades públicas. Foram capazes de incomodar, de tornar mais visível a impunidade, a injustiça, o massacre – como Judeus que tanto sofreram são capazes de fazer o mesmo com outros seres humanos? Todos esses corajosos ativistas trazem notícias, notícias que apesar de serem horrorosas sabemos que são “suaves” comparando com os horrores que fizeram e fazem na penumbra com pessoas menos famosas ou com menos mídia acompanhando. A utilização de comportamentos de tortura da segunda guerra mundial, junto com outros comportamentos que humilham e agridem, sem deixar marcas visíveis, não permitir que as pessoas se mediquem, que bebam água, que se alimentem adequadamente, coloca-las em jaulas, em ônibus que nunca se sabe quando vão e para onde vão, obrigar a segurar e a beijar a bandeira Israelita, puxar as mulheres pelos cabelos, deixam nossas mentes pasmadas. Se se tratam assim pessoas mediáticas, como são tratadas as outras pessoas?
O século XXI veio com energia de guerra, de destruição, de conflitos, de sede de poder. Preocupa o estado atual e o que parece estar a “dirigir-se na nossa direção”. Enquanto estamos preocupados com que empregos a inteligência artificial pode nos tirar, seres humanos aparentemente iguais a nós estão a fazer muito pior. Como um fogo com várias frentes. Tenho a sensação de estar a ver um edifício construído por séculos e séculos, a começar a desmoronar, lentamente, dolorosamente, assustadoramente.
A quantidade de “pessoas” em cargos políticos, que não têm qualquer capacidade para lidar com problemas humanos é preocupante. E aumentam diariamente. Talvez seja necessário colocar concurso público com provas específicas para quem quer cargos políticos. Como o concurso e prova para STF, ou para Professor Universitário, por exemplo. E não ser aprovado por ser bom a memorizar, mas bom a cuidar de pessoas, bom em criar soluções para a melhoria da qualidade de vida para TODOS. Talvez isto nunca seja possível, mas precisaremos chegar a um momento da vida da humanidade que as escolhas dos líderes terão de ser realizadas com o “cuidado” da escolha de um Papa ou de um Prêmio Nobel. Acabo de escrever isso e penso em Trump perseguindo o Prêmio Nobel, como se fosse a compra de um sapato que está em promoção. Ele se considera merecedor desse prêmio. Só essa ideia nos mostra como é seu pensamento.
A estruturação do nosso pensamento, das sociedades, das relações humanas, dos valores, está em ruptura. Ao mesmo tempo que é instigante, é tremendamente triste e preocupante.
Ao mesmo tempo que penso nestas questões tão asfixiantes e que nos moem a esperança, essa mesma esperança se nutre quando assisto a competições e sessões de treino de atletas com incapacidades terríveis e que se esforçam profundamente para estar bem e prontos para mais um campeonato do mundo, para mais uma olimpíada. Não para estar presente, mas para vencer. Não para vencer por si, mas para vencer pelo seu país e por todos os seus habitantes. Mais gentileza, bondade e generosidade, é difícil encontrar.
Se eu tivesse direito a um desejo, hoje esse desejo seria ter a possibilidade de treinar durante uma semana um time para os preparar para uma competição comum – de uma modalidade à sua escolha. Os elementos desse time seriam Trump, Bolsonaro, seus filhos, sua esposa, Putin, Netanyahu. Não para os ridicularizar. Nunca faria isso. Mas para lhes ensinar a ganhar, a perder, a respeitar o adversário, a respeitar o “jogo”, a aprender na derrota, a aprender na vitória, a perceber o significado da humilhação, do poder, da liderança. Uma semana chegava e se tornariam pessoas melhores.
Porque essas aprendizagens ficam esquecidas na educação dos filhos, dos alunos, do mundo? Porque não lhes damos importância e depois “apanhamos os cacos provocados” pela falta dessas aprendizagens em todas as pessoas?
A educação física é uma das formas de impedir que seres humanos se tornem bárbaros. Uma das...
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Ana Santos, professora, jornalista
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