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“É HOJE O DIA, DA ALEGRIA!” e “Tanto a fazer” Bug Sociedade

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    portalbuglatino
  • 25 de mar.
  • 5 min de leitura

Maria Barreira
Maria Barreira

“É HOJE O DIA, DA ALEGRIA!” Bug Sociedade

Supremo Tribunal Federal, 25 de março de 2025. Segurança máxima porque a maior prova de que vivemos um hiato social de alta dissonância cognitiva está em que existam pessoas que ainda “não vejam como crime,” o crime federal gravíssimo de tentativa de golpe de Estado.

A moça do batom está presa porque ela estava lá, no 8 de janeiro, vendo, ajudando as pessoas a depredarem o nosso patrimônio – nosso, do Brasil, da Instituições brasileiras – pedindo para o exército intervir, prender, torturar, matar a nós, os democratas. O Ministro Xandão não inventou o número de anos que ela vai passar presa. Não foi “implicância” dele. O tempo de cada pessoa reclusa faz parte da lei; se mata, tantos anos; se mata com requintes de crueldade, some mais tantos; se a vítima é uma criança, mais tantos. No caso de golpe de Estado, há inúmeras somas, como atacar o estado democrático de direito, estar em grupo, destruir nosso patrimônio - e cada nova qualificação do crime, mais nos de pena.

É de se pensar que quem falou que era pra todo mundo ir pra lá e quebrar tudo, não explicou direitinho o tamanho do crime e das penas; mas todo mundo sabia que quebrar tudo, dentro de um lugar público era totalmente errado, desde de que tinha uns 7, 8 anos de idade. Mas foram assim mesmo. Se filmaram e botaram nas redes. Tinha polícia tomando água de coco, eu vi na TV. Uma policial levando com cano de ferro na cabeça e o colega tomando água de coco. Uma policial poderia ter morrido, se o capacete dela tivesse sido arrancado e o colega tomando água de coco. Precisa explicar de novo ou ficou bem claro?

Amanhã, então, chegou o dia do primeiro lote de mandantes. Quem foi lá, instigar o povo a invadir, quem botou fogo no desejo das pessoas com a ideia de cometer crimes, quem mentiu que bastava chamar e as forças armadas viriam correndo, quem apoiou colocar espelho na cabeça e fazer “código Morse pra ETs”, cantar pra pneu, marchar, se agarrar no vidro do caminhão, jogar ônibus incendiado de viaduto, tentar colocar uma bomba num posto de combustível pertinho do aeroporto e tentar explodir o Supremo uma, duas, três vezes – vai ser posto em julgamento com a pergunta: deve ou não virar réu neste caso?

Há quem ache que só vovozinhas fizeram tudo isso, toda essa destruição – e você? Quem alimentou as pessoas nos acampamentos por tanto tempo? As vovozinhas ricas, no caso? Quem ensinou os homens a fazerem as inúmeras bombas, a descerem de rapel pelos vãos dos palácios dos Poderes da República? As vovozinhas de novo?

Conto os minutos para que tudo comece e o primeiro lote de cérebros mandantes pela tentativa de golpe de Estado no meu País sejam finalmente tornados réus. Não pelo Ministro Xandão, nem pelo Lula, nem por político nenhum, partido nenhum. A luta pela democracia é por mim. Pelo Brasil.

Vamos defender nossa democracia com unhas e dentes.

Sem anistia.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro, TV

 

“Tanto a fazer” Bug Sociedade

Todos já assistimos ou lemos sobre momentos na vida em que um acontecimento, uma atitude, uma palavra, podem mudar para sempre vidas, relações entre pessoas, empresas, clubes, países. Algo acontece e fecha caminhos ao mesmo tempo que abre outros – pode fechar bons caminhos e abrir maus, ou o contrário. Pode ir em todas as direções e quando tudo é deixado “à sorte” frequentemente os caminhos que se abrem não são grande coisa. Não podemos impedir a vida de seguir seus desígnios e ela quando quer, faz acontecer. Mas sempre existe espaço para nós, para o que queremos, para utilizar nossa força, nosso sonho, nossa determinação e nosso saber – de estudo ou da experiência da vida – para ajudar a mexer no sentido da magia, da bondade, da construção.

Somos constantemente colocados em encruzilhadas – momentos de decisão. Também nos colocam janelas no meio do caos. Capacidade para seguir outras profissões quando ninguém aceita nossa formação e experiência. Na entrega dos Óscares deste ano alguém falou: “existe sempre uma fissura por onde passa a luz”. Tem sempre um jeito, tem sempre uma passagem, só que ela não acontece espontaneamente. São as nossas ações que encontram essas brechas, por mais difíceis que possam parecer. Temos de ir em busca.

Me impressionou muito saber que uma mulher de Belo Horizonte, saltou da janela do segundo andar, do seu apartamento, para fugir ao marido e ao seu desejo de a matar com uma faca, por ela não lhe dizer onde estava um dinheiro que tinha guardado. Me impressionou perceber como as relações entre as pessoas estão doentes e como uma mulher fica feliz por ter conseguido fugir do marido, mesmo que para isso tenha partido os dois pés, as duas pernas, um fêmur, o quadril, as duas mãos e os dois braços. A sua alegria e alívio ao afirmar que decidiu fazer justiça por si própria e ao mesmo tempo, o seu enorme incentivo em relação a outras mulheres na mesma situação para reagirem. Tanto a fazer. Notícia completa aqui.

Me impressionou também como se acusa e prende alguém com tanta facilidade como no caso de uma monitora do ensino infantil de uma tradicional escola particular de Guaratinguetá, no interior de São Paulo. A função desta senhora era acompanhar as crianças ao banheiro e tratar da sua limpeza. Portanto, sua função é limpar “pipi e bumbum” de meninas de 3 anos. Em 13 anos de trabalho, um dia, duas mães, de uma turma, a acusam de tocar no “pipi e bumbum” das suas filhas. É tanto preconceito, tanta coisa mal explicada, tanta falta de informação, de cultura, tanto pensamento carregado de pecado. Tanto a fazer. Notícia aqui.

Fui ver de novo o filme “Ainda Estou Aqui”. Raramente o faço. Precisava de ver de novo, de me ver ali, de imaginar quem eu seria numa vida assim. Quem somos quando os problemas aparecem? Somos os que se queixam ou os que tentam encontrar soluções? E de que soluções somos capazes? Teria coragem para sorrir? Para engolir a dor e a injustiça? Para saltar de uma janela, ao perceber que essa seria a única forma de me salvar? Para perceber que verdadeiros amigos talvez cada um encontre um durante a vida e isso já é um universo? Falo de amigos, não de pessoas que jantam, almoçam, vão na praia e nas festas juntas. Aquelas frases ficaram batendo na minha cabeça: “pode contar com a gente, sempre que precisar”. Eu sei, Eunice também sabia, você também sabe com quem pode contar. Não nos dias bonitos, nos dias de verdade.

Sim, somos nós e as nossas circunstâncias, mas e se as circunstâncias mudarem, quem somos? Somos capazes de mudar em face do que a vida nos tira? Ou só sabemos mudar quando ela nos dá?

O filme é um manual sobre o Brasil, sobre como são as pessoas, como cada um sobrevive nas suas escolhas, como circulam os segredos, as influências, a importância dos amigos, resumindo, os efeitos que perduram depois de uma ditadura tão vil.

Vejo Eunice na mulher que saltou da janela, vejo Eunice na mulher presa por fazer um trabalho inacreditável de limpar “pipi e bumbum” de crianças, vejo Eunice em todas nós que não temos a vida facilitada e que enfrentamos o “touro”.

Sinto uma tristeza muito grande quando vejo o quanto há ainda para fazer e como fazem falta pessoas para nos ajudar. Pessoas que preferem viajar para a Europa para sentirem que fazem parte. Bastava serem úteis aqui para fazerem parte. E há tanto a fazer.

Ana Santos, professora, jornalista

 
 
 

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